Na verdade jamais fiz mal algum
Para que precisasse fugir da humanidadeQue desejo tolo é este
Que me conduz aos desertos?
Placas existem na margem dos caminhos,
Placas que conduzem às cidades;
E eu vago adiante, mais além,
Sem descanso em busca de repouso.
Vejo uma placa diante de mim,
Que permanece, estática, sob meu olhar.
Eis a estrada que devo tomar,
Aquela da qual ninguém jamais retornou.
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Lá, junto à vila, fica um organista,
Com dedos entorpecidos ele toca o melhor que pode.
Descalço no gelo, seu corpo vacila,
E seu pequeno prato está sempre vazio.
Ninguém o escuta, ninguém o vê,
E os cães latem para o velho homem.
E ele deixa estar, nada importa,
Ele toca, e seu órgão nunca se cala.
Homem velho e estranho, devo ir contigo?
Você tocaria minhas músicas?