Para as assombrações, desnecessária é a alcova,
Desnecessária, a casa –O cérebro tem corredores que superam
Os espaços materiais.
Mais seguro é encontrar à meia-noite
Um fantasma,
Que enfrentar, internamente,
Aquele hóspede mais pálido.
Mais seguro é galopar cruzando um cemitério,
Por pedras tumulares ameaçado,
Que, ausente a lua, encontrar-se a si mesmo
Em desolado espaço.
O “eu”, por trás de nós oculto,
É muito mais assustador,
E um assassino, escondido em nosso quarto,
Dentre os horrores, é o menor.
O homem prudente leva consigo uma arma
E cerra os ferrolhos da porta,
Sem perceber um outro espectro,
Mais ínfimo e maior.