Ruy Espinheira Filho

  Sei: com o tempo só os mortos sobrevivem.

Como você, que passa distraída entre as árvores e não me vê, distante, noutro plano;
 
E você que me olha com uma infância pungente e me fala com voz de lã.

 Mas não me diz nada do que eu precisava ouvir,
 enquanto eu nada lhe digo do que precisava dizer,
 como afinal sempre acontece e logo é muito tarde.