Onde a noite me recolhe
em silente nostalgia
mando notícia dos meus:
A família se dissolve
e transborda mansamente,
dispersante além do frasco:
Insônia ramo partido
medo, tortura, asco.
A cada passo uma pena
a cada traço uma cena
desafia os meus olhos.
E vou de mim despedindo,
aceno ao largo, sou mapa e não me desvendo,
sou ilha e não me abraço.
Indago apontamentos
e me censuro e cerco
o que de mim esvoaça
sem formas de contenção.
Estou partindo: para onde?
Viajo pelo deserto
e sinto que vou morrer.