A vida, porém, o trapaceia constantemente.
Em certo momento George tenta se matar, e é nesse ponto que o filme aproveita para discutir seus temas de uma maneira diferente.
Ao invés de termos um aprofundamento claro durante as cenas, elas simplesmente vão acontecendo e você vai absorvendo suas intenções mesmo que inconscientemente. Ao final, você já está emocionado com tudo o que passou na vida de George, e a mágica do filme está na ligação que você faz entre a vida desse personagem fictício com a sua vida real.
É tudo tão ligado que você tem gosto de lembrar cenas que aconteceram anteriormente, e que pareciam ser desnecessárias para o desenvolvimento da história. Isso acontece quando o anjo desce à Terra e atende ao pedido de George de nunca ter nascido.
A Felicidade Não Se Compra é copiado até hoje pelos mais diversos filmes que tentam abordar os mesmos temas.
Com inocência terna e sincera, A Felicidade Não Se Compra é um belo filme humanista que trata de temas importantes com simplicidade e de maneira tocante sem nunca parecer piegas ou infantil.
Seus personagens perfeitos não caem na chatice ou na antipatia, e sim funcionam como o perfeito exemplo de como uma boa pessoa pode ser. Em um mundo capitalista como era o de 1946, pós-crise de 1929 e o início da reconstrução após a Segunda Guerra Mundial, devíamos refletir em pleno século XXI sobre os verdadeiros valores da vida. Até hoje o filme é assistido, mas parece que ainda não aprendemos a lição.
Rodrigo Cunha