Paulinho da Viola

 e a vida continua...

esse é um dito que todo mundo proclama
o consolo dos aflitos
e a desilusão de quem ama

os sonhos nos acalentam
os sonhos nos alimentam
coisas que no mundo não tem
e outro dia vem chegando
e a gente sempre esperando
aquilo que nunca vem


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Eu não preciso de um talismã
Nem penso em meu amanhã
Vou remando com a maré
Eu não preciso de patuá
Nem peço ao meu orixá
Não vou na igreja, não sei rezar
Mas tenho fé

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Se navegar no vazio
É mesmo o destino
Do meu coração
Parto pra ser esquecido
Navio perdido
Na imensidão

Lobo do mar, timoneiro,
Me leve pro Sol
Quero outro verão
Não quero mar de marola
Das praias da moda
Na rebentação

Quero mar alto, o mar grande
Por favor não me mande de volta mais não
Não quero cais, outro porto,
Não mais o mar morto
Da minha ilusão

Prefiro ir à deriva
Me deixe que eu siga
Em qualquer direção
Se eu sou de um rio marinho
O mar é meu ninho
Meu leito e meu chão