O triste nisso tudo é tudo isso
Quer dizer, tirando nadaSó me resta o compromisso
Com o desgosto e a agonia
Da manada dos normais.
O triste em tudo isso é isso tudo
A sordidez do conteúdo
Colônias de abutres colunáveis
Gaviões bem sociáveis
Vomitando entre os cristais
E as cristas desses galos de brinquedo
Cuja covardia e medo
Dão ao sol um tom lilás
Eu vejo o mofo verde no meu fraque
E as moscas mortas no conhaque
Que eu herdei dos ancestrais
E as hordas de demônios quando eu durmo
Infestando o horror noturno
Dos meus sonhos infernais
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Não há nada mais bonito
Do que ser independente
E poder se conquistar
Sair, chegar
Assim tão simplesmente
Não há nada mais tranqüilo
Do que ser o que se sente
E poder amar
Perder, chorar
Depois ganhar assim tão livremente
Não há nada mais sozinho
Do que ser inteligente
E poder cantarolar
Errar, desafinar
Assim sinceramente